o jornal anuncia o fim do decreto!
uma promoção de drinks me chega via zap
confiro o local, o preço…
e, é claro, minha carteirinha de vacinação
Segunda dose no braço:
um passaporte pra qualquer bar e infinitas doses…
faço a barba
confiro a carteira
(vou ter que fazer um pix)
coloco minha melhor roupa (de sempre)
ainda cheirando a mofo
(não dá mais tempo de lavar)
saio pelas ruas
um ar de antigo normal me enche os pulmões
(os mesmos que sofreram sem ar por duas Covid)
inspiro a liberdade
a promoção me leva ao bar de sempre
e, como sempre,
sento à mesa de sempre
me chega a garçonete de sempre
(saudade!)
peço o de sempre.
– Não vai de promoção?
– Qual é?
– Tome todas; e o tira-gosto é grátis – sorri maliciosamente
pisco o olho
acabou meu lockdown
Começo minha noite brindando à velha vida!
Obs: Este poema foi escrito durante a Pandemia da Covid 19


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