João Rodrigues
Se morrer a poesia…
Se por tragédia morrer a poesia,
Murcham-se os jardins, secam-se as rosas.
As violetas, tão meigas, cheirosas
Não exalam perfumes ao raiar o dia.
Morre o poeta, e com ele a alegria.
Caem as estrelas, se dissipa a lua.
Calam-se todos os bandolins da rua;
Morrem os boêmios, morrendo a poesia.
Os violões em frente às janelas
Ficarão mudos, caem em nostalgia
E sofrerão em pranto as donzelas…
Aos quatro cantos choram em agonia.
Transformar-se-á o amor em mazelas.
Finda-se o mundo morrendo a poesia.
João Rodrigues