Meninos de cobre
Fonte da imagem: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-garoto-menino-rapaz-16157715/
Os meninos de cobre não enferrujam debaixo das goteiras das marquises.
São fios condutores da violência e do descaso.
Revestidos por trapos e farrapos.
Eles transitam pela discrepância social, sem pertencerem a lugar algum.
Vivem entre os prédios da nobreza, mas, dormem e acordam na miséria.
Os meninos de cobre são resistentes. Entortam, se ajustam e se revigoram.
Multiplicam e subtraem nos semáforos.
Meninos de cobre. Coração de metal.
Andam lado a lado com o ouro, mas, seu valor não é igual.
Meninos de cobre colhem latas nas sarjetas.
Pedem prata nos sinais.
Os meninos de cobre trazem na pele, as maculas da imundice.
O bronze do sol quente no lombo.
Alegoria social!
Meninos de cobre perscrutam as pérolas nas vitrines.
Meninos de cobre! Duros como metais.
E frágeis como papeis.