Texto ¨A ficção que imaginamos¨ de Myllena Louback.
Romances de filmes e livros nos consomem. Consomem nossos corações e aumentam nossas expectativas. Acho que todos os autores desses livros deveriam mostrar a realidade de tudo. Mostrar que não há cartas de amor, beijo de frente à lua, uma declaração super longa e intensa que deixa nossos corações no chão de tanto querer. Mas ao mesmo tempo, nós, meras leitoras, não conseguimos parar de ler e nos conectar com o romance. Gostar tanto de romance e viver dentro deles dá um certo frenesi, uma movimentação intensa, excessiva e tão…tão confortável que não conseguimos aceitar que isso não existe além dos livros.
John Hughes, produtor dos filmes dos anos 80, é o culpado de todo esse querer feminino insaciável. Quem não gostaria de Jake Ryan te esperando na frente da igreja em Gatinhas e Gatões (1984) ? Quem não gostaria Judd Nelson erguendo a mão ao saber que te conquistou? Ou até um romance do Nicholas Sparks, onde o casal se beija na chuva? Mas, nãããão…minha vida não foi dirigida por John Hughes e muito menos escrita pelo Nicholas Sparks.
Nosso mundo é feito de romances reais e concretos, e romances líquidos e inconstantes. Basta saber em qual deles quer viver. E, quando o inconstante te machucar, deixe-se entrar na ficção romântica (mas só por um dia), compre um pote de Nutella e viva o irreal. No outro dia, você põe a sua roupa mais bonita, passe um batom e seja feliz, eu recomendo.