Esses dias fui deixar minha mágoa no mar e a maré quase subiu…
E aquela onda que empurra e ao mesmo tempo envolve e abraça da ida…
Volta puxando e sugando toda lágrima ressequida…
Com a base de areia fincando os pés…
Os braços soltos em movimento querendo que o mar leve tudo que sombreia o coração …
de peito aberto puxando o ar,
soprando as mágoas todas para o mar…
Ele as recebe e prova cada gota… mandando aquele ventinho gelado para refrescar a cabeça…
assobiando no ouvido que tudo ficará bem como quando colocamos uma concha na orelha…
O mar imenso faz da mágoa um pingo…
Toda areia dissolve o problema em um pequeno grão…
o sal da água cura e fortalece …
o calor do sol que aquece o coração…
A mágoa e o mar enfim ganham movimento…
de mãos dadas se despedem de vc… dizendo siga em frente, vá aliviada…
esse não é o primeiro e nem será seu último sofrer…
é só o fôlego que precisava pra continuar e viver…
Que poeta um dia não se confidenciou com o mar?! A brisa, o ar, o som; tudo vira inspiração!
Josileine Pessoa F Gonçalves
Insta: @poesia_atipica / @josileineg
Imagem: Arquivo da autora
