Esperança
Esperança
Quase meio século de vida vivi,
Confesso: não vi ano tão diferente.
De porta em porta, a Morte batendo;
O povo sofrendo e o Planeta doente.
O vírus mortal aterrorizando,
Rondando e matando sem ter piedade.
Um governo louco de burrice rara
Zombando da cara da sociedade.
Fechou-se aeroportos, os portos, fronteiras,
Portas e porteiras… E o povo trancado!
Até o mapa-múndi, com medo fechou-se
E refugiou-se num canto, dobrado.
Sem ter um velório, sem ter sentinela
Sem choro e sem vela, o morto solitário
Sem ter despedida, sem nenhum carinho
Fazendo sozinho seu itinerário.
A política, esta prosseguiu igual:
O vírus letal da corrupção
Seguiu destruindo e fazendo manobra,
Roubando o que sobra de nossa nação.
Não sei se eu grito, se rio ou se choro…
Por ora eu imploro a meus Deus clemente,
Que ao morrer o ano e o outro nascer,
Que ele venha a ser melhor… diferente.