Giovanna Bayona

Escritora aprendiz.

Sempre fui apaixonada por palavras desde que me conheço por gente, mesmo quando criança antes de ser alfabetizada fazia vários zigzags no caderno para simular que eu estava escrevendo, lembro de fazer cartas assim para minha família, podia não ser legível mas era cheias de amor.

Quando aprendi escrever comecei a fazer diários, eu amava registrar, não exatamente o meu dia a dia, mas sim como eu estava me sentindo naquele momento. Escrever no diário era um momento sagrado para mim, eu investia muito naquilo, além de comprar os caderninhos mais fofos, eu decorava todas, sim, eu disse todas as páginas com adesivos ou recortes de revista, e claro as canetas de gel com glitter não podiam faltar.

O “meu querido diário” se tornou meu refúgio para momentos complicados, onde tristeza ou medo comandavam, eu escrevia na esperança de entender o que se passava dentro de mim. Escrevia momentos felizes também, mas eles não eram maioria no caderno, não porque eu não achava que valia a pena ser registrado, era só porque eu sempre escrevia me questionando sobre alguma coisa, algum acontecimento ou pessoa, momentos felizes eles não carregam tantas dúvidas como nossas inseguranças.

Mais tarde, já adolescente encontrei outra forma de escrita para explorar, crônicas. Eu tinha lido um livro de crônicas de uma autora não muito mais velha que eu, ele conversava comigo assim como eu fazia conversando com o meu diário. Naquela época eu estava com muito tempo livre, um pouco solitária e resolvi tentar, rabisquei alguns textos, comecei a escrever também um romance (que não fluiu, mas continua guardado.) e comecei a expressar meus pensamentos, minhas opiniões, meus sentimentos de maneira mais artística.

Mais tarde tentei poesias, cheias de rimas, rimas que podem ser consideradas pobres, porém textos muito formais nunca foi minha especialidade. Na poesia descobri o poder do mistério, do eu lírico, descobri ainda mais a potência da arte e literatura.

Hoje já adulta ainda faço diários, com a mesma dedicação afinal é um autocuidado, Também escrevo muitas crônicas, meu estilo favorito, quase sempre acrescento analogias simples ou divertidas nelas, e as vezes rabisco algumas poesias. Passeio por todo tipo de escrita, os tipos que ainda não sei, eu quero aprender. Sofro com bloqueio criativo pois minha escrita é muito ligada ao meu emocional, mas tenho aprendido a trabalhar mais isso sem perder minha essência, estudo sobre escrita, literatura, faço cursos, pois nessa aventura exploratória que começou lá atrás só de “brincadeira” acabei descobrindo que escrever para mim é tudo, tão necessário quanto beber água.

Quando tinha dezoito anos afirmei para mim mesma, é isso, quero ser uma escritora, mas só depois de abrir para o mundo meus textos descobri que desde a minha infância já era uma. Ser escritora não é só publicar livros, é ter esse amor por traduzir sentimentos em palavras, é ter essa criatividade de criar um novo mundo com versos e estrofes, é entender a magia de poder provocar, emocionar, inspirar em um só texto. Acima de tudo é amar, porque independente se você fará uma carreira profissional ou não, ambos são trabalho de formiguinha, um passo de cada vez, muito trabalho, muito tempo, muito estudo, mas quando você escuta alguém falando coisas como: “eu estava precisando ler isso hoje” ou “seu texto me emocionou muito”  faz tudo e toda dificuldade valer a pena, principalmente para mim uma escritora aprendiz, é assim que me considero pois ainda tenho muito o que caminhar para me tornar a autora que quero ser.

Nesse dia mundial do escritor, desejo a todos os meus colegas escritores, principalmente aos meus daqui da Revista, muita luz, muita criatividade, muita alegria, muito amor, muito reconhecimento e muito sucesso. Obrigada a todos escritores e escritoras desse país que ainda acreditam na arte, que compartilham culturas, vivências sempre acrescentando muito para literatura brasileira. Tudo de bom para todos vocês.

E você ai que não é escritor(a), que tal hoje ou sempre que puder divulgar o trabalho de um amigo ou um escritor independente, indicar um livro que leu e amou, ir conhecer projetos sobre literatura ou ir a um sarau, tanta coisa legal que você pode fazer para ajudar, incentivar nossa arte.

Feliz dia Mundial do Escritor(a)!

 

Meu Instagram: @giovanna.bayona

 

Fontes:

Imagem destacada e imagem interna: Imagem de Libel SanRo por Pixabay.

https://pixabay.com/pt/photos/maquina-de-escrever-esferogr%c3%a1fica-1035292/

 

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Giovanna Bayona

Giovanna Bayona escreve desde dos 16 anos para se encontrar e entender seus sentimentos, porém só com 22 anos se reconheceu como escritora e começou a divulgar suas crônicas e algumas poesias nas redes sociais, o que abriu portas para alguns projetos literários como a participação no quadro Saideira (2020) e no Sarau das Mulheres (2021) ambos no Canal Literaweb no Youtube. Possui participações em duas antologias da Editora Psiu e também participou da primeira edição da Coletânea Palavra em Ação da Editora Jornal Alecrim (2021). Agora também colunista da Revista Entre Poetas & Poesias pretende continuar expandindo sua escrita para todos que assim com ela são apaixonados por palavras.

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