Renato Amaral

Somos todos Mendigos!

Imagem de truthseeker08 por Pixabay

Por esses dias eu caminhava numa calçada e um morador de rua estava com sua mão estendida aguardando que eu ou qualquer outro transeunte lhe desse alguma moeda. Como um ser invisível, as pessoas passavam em suas pressas sem nada lhe ofertar. Acabei retornando a ele e coloquei uns trocados em sua mão. Aquele homem sorriu para mim e disse: “Deus te abençoe!”

Agradeci e continuei meu trajeto pensando nos inúmeros julgamentos que fazemos e na condição daquele ser humano que não é tão diferente de nós e das pessoas que conhecemos.

Quem nunca em um momento de carência mendigou um abraço ou um beijo? Qual homem que da juventude ate a idade madura não implorou por uma noite de prazer com alguma mulher? Qual criança não chorou ou fez birra para que os pais não o deixassem ver desenhos animados em seus canais de TV enquanto passava um programa, um jogo de futebol ou uma novela? Que mulher nunca fez um charminho para o marido ceder a algum de seus caprichos? Há ainda os que passam a semana pensando em mendigar ao patrão um aumento salarial ou uma folga, ou até os que mendigam alguma cortesia qualquer em algum estabelecimento almejando vantagens. Quem nunca cruzou com um mendigo de afetos, mendigo de favores, de atenção, de fama ou até de amizades? Todos se esquecem de que algum dia já estenderam a mão para alguém em busca de algo, às vezes até sem realmente precisar.

Julgamos e desdenhamos com uma facilidade atroz, sem perceber nosso grau de mendicância. Toda vez que um morador de rua estender sua mão, mesmo que não tenhamos dinheiro devemos no mínimo ofertar um bom dia. Lembremos todos que em algum momento de nossas vidas já fomos mendigos!

 

Por Renatto D’Euthymio

Instagram:@renattodeuthymio

E-mail:renattodeuthymio@gmail.com

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Renatto D'Euthymio

Renatto D'Euthymio, carioca de Santa Tereza, dividindo residência entre São Gonçalo - RJ e a pacata e inspiradora, São José do Calçado no Estado do Espírito Santo. Estudante Rosacruz, técnico em Radiologia, flamenguista fanático e apaixonado pelas filhas Rannya e Rayanne. Cultiva desde criança uma paixão pelos livros e seus gênios. Autor do livro de poemas Solilóquio Antes e Depois da Forca (2020) e do livro de humor O Tabloide Jocoso (2021). Premiado em dezenas de concursos literários (Poesia, Crônica, Conto e Microconto), e publicado em Antologias e Coletâneas. É tão ligado à Literatura que de vez em quando não se contém e atreve-se a rabiscar algumas linhas.

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