Empatia (ou a falta dela)
Esses últimos meses não têm sido fáceis. Tempos sombrios, onde o melhor e o pior do ser humano tem sido posto à prova. Está difícil até explicar o óbvio. Tenho percebido uma total e completa falta de empatia nas pessoas. Para mim, se o mal do século passado foi à doença da depressão, nesse século eu elejo a falta de empatia em primeiríssimo lugar.
Há muito tenho percebido que às pessoas não se colocam no lugar do outro. Não por dificuldade, e sim por soberba, egoísmo e maldade. Já não conseguem enxergar com outros olhos que não os seus. Olhares embotados, preconceituosos e doentes. O próximo está invisível.
Hoje é tão raro encontrar um lírio neste imenso lamaçal de poucas virtudes, que quando avistamos um, logo imaginamos ser artificial. É mais comum encontrar juízes, do que mãos dispostas à fraternidade, à caridade e ao amor.
Época dos likes, cifras e aparência, onde às redes sociais ditam as piores tendências, regras fúteis, joguinhos e desafios sem praticidade e infelizmente também ditam o que é bom ou ruim. Elegem o vilão e o mocinho e formam milhões de pessoas em PHD de assuntos que nunca estudaram ou se deram ao trabalho de ler um artigo sequer. Época boa, aquela em que todo brasileiro era somente PHD em ser técnico da Seleção Canarinho.
Como a esperança é a última que morre, quem não consegue manter um mínimo de empatia, pode começar agora a exercitar esse sentimento nobre. Pratique um pouquinho todo dia. Oportunidades a ser empático não faltarão nos próximos dias, semanas e meses. Vivemos um grande momento de sermos irmãos, de darmos as mãos. Momento de sermos melhores, não para aplacar o ego, e sim com o espírito de ser parte de um todo.
Quem sabe, esse ano difícil, de pandemia, de dores e mortes seja uma forma que o planeta, o Cosmo ou Deus encontrou de chacoalhar nossas ideias, nossos sentimentos, nossa humanidade.
Por Renatto D’Euthymio
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