Poema: “ELAS”
ELAS
Muitas vezes, desperto-me suave,
com a musicalidade de Cecília,
trazendo abstração, simbolismo
e agradável leveza no cantar.
Contemplo ao redor toda beleza sentida,
com demasiada profundidade no olhar.
Intensamente questinadora, perdida
em minhas ideias subjetivas,
em pensamentos desordenados,
vez ou outra, amanheço Lispector,
fazendo psicológicas análises,
vivendo minha Felicidade Clandestina.
Sempre, em minhas “escrevivências”,
sinto minh’ alma Evaristo,
na ânsia de expressar com força
e esperança nossa voz de mulher,
que inúmeras vezes foi calada
pelo machismo ou conveniência.
E apesar das dores vividas,
frequentemente, apresento-me vibrante
pintada de múltiplas cores,
apaixonada por flores, pela vida.
Certa de que se me faltassem os pés,
teria asas para voar, porque sou Frida.
Por Cleia Nascimento