Ângela Moreira

Uma Grande História de Amor

Hoje tenho o prazer de escrever sobre uma Grande História de Amor, onde dois corações enamorados viveram a sua história através da poesia e da música. Isto porque uma poetisa viveu essa história, pois na época escrevia poesias e as publicou em algumas antologias, juntamente com outros poetas. Uma vida de amor e só de encontros através de livros contendo suas poesias e outras em homenagem a ele seu grande amor. E a música que marcou a história de amor desses dois enamorados.

Essa homenagem é escrita por mim, mas é feita por Ricardo, seu esposo a você, Gilda, que é tudo em sua vida. Uma joia preciosa e rara, com uma beleza que ofusca os olhos e engrandece a alma.

Hoje é um dia especial, uma data importante, 22 de setembro, 36 anos de casados de Ricardo da Silva Ramos Gonçalves e de Gilda Clarice da Silva Barroso Graça Gonçalves e eles tem uma filha Amanda, que é fruto dessa grande união. Eles viveram entre livros, poesias e a sua música, e por isso iniciamos com a letra da música que uniu esse casal.

 

Todo Azul Do Mar

Foi assim, como ver o mar
A primeira vez que meus olhos
Se viram no seu olhar
Não tive a intenção de me apaixonar
Mera distração e já era
Momento de se gostar
Quando eu dei por mim nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei no azul do mar
Sabia que era amor e vinha pra ficar
Daria pra pintar todo azul do céu
Dava pra encher o universo da vida que eu quis pra mim
Tudo que eu fiz foi me confessar
Escravo do seu amor, livre pra amar
Quando eu mergulhei fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul, de todo azul do mar
Foi assim, como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Daria pra beber todo azul do mar
Onda que vem azul, todo azul do mar
Foi quando mergulhei no azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando mergulhei no azul do mar
Compositores: Ronaldo Bastos / Flavio Venturini

E foi essa bela canção que marcou a vida de Ricardo e Gilda e os três livros presentes em suas vidas, retratos de uma história de amor: Di Versos, primeiro livro que participou; NUS  Encontramos…, apresentação de Pedro Nava; Água Escondida.
Segundo Ricardo, sua esposa, poetisa conhecida como Gilda Clarice Graça participou de diversas Antologias com suas poesias. Foi professora de escola particular e Municipal da 1ª à 4ªséries durante 30 anos, e hoje atual como Terapeuta, “uma Excelente Terapeuta”, dito por Ricardo, seu esposo.
O livro: Nus encontramos… foi o livro que Ricardo acompanhou todo o processo de construção. Viu o livro se formar, junto com o grupo de sete poetas que participaram do livro. Foi exatamente nesse período que ele começou a namorar sua esposa e acompanhou as escolhas das poesias, inclusive ela o homenageou com duas poesias feitas para ele. Sua esposa também ficou encarregada de levar o livro a gráfica. Então, esse livro é muito especial para eles. Na ocasião foram ao bairro da Glória, no Rio, visitar Pedro Nava, levar cópia do livro para ele avaliar e decidir se ia entrar na apresentação do livro. Ele acabou aceitando e valorizou ainda mais, a obra. Alguns dos poetas, deste livro hoje em dia, continuaram nos caminhos da poesia e ficaram bem conhecidos como a amiga do casal Sissa Schultz.
A poesia Moreno, foi feita homenagem a Ricardo. Na época, ele era conhecido como Moreno. Madrugadas de Novembro é uma poesia que tem haver com o namoro de Ricardo e Gilda, que foi curto. No total, namoraram, noivaram e casaram em onze meses.
De acordo com Ricardo, essa música Azul do Mar foi tocada no casamento deles. Casaram com a juíza Arethuza,. Sua esposa descia a escada, da casa dos pais dela, pois o casamento foi lá, e a música Azul do Mar, embalava seu caminhar até a mesa de onde ia oficializar a união do casal. Não tinham muitos recursos na época, então compraram um tecido branco para fazer um taier e calça da mesma cor, para ela e um conjunto de paletó e calça para ele .Ficaram os dois de branco. Ricardo vendeu um relógio de família, um Rolex de ouro que o seu pai havia lhe dado, e ela um relógio feminino, de ouro, também de família, para patrocinar o casamento e a lua de mel. No dia do casamento levantaram às 04:30 da manhã. Tinham que estar na rodoviária às 06:00. Pegariam, na ocasião um ônibus para São Pedro de Aldeia. Em uma praia perdida daquele município, perto de uma salina, fizemos os nossos votos de casamento, exatamente em uma ilha que existe lá. A cerimônia foi simples…falamos juras de amor, um para o outro, furamos nossos dedos e misturamos nossos sangues… Até hoje ele acha isso muito lindo!

 

 

Na volta, perderam o primeiro ônibus para Niterói… Pegaram o seguinte e chegaram em Niterói muito atrasados para o casamento, pois ainda tiveram que pegar os doces, o bolo e salgados para a recepção. Dentro das condições que tinham fizeram uma bonita festa.
Chegaram em casa com uma hora de atraso, mas no final tudo deu certo. Após a recepção, viajaram para a Lua de Mel, no trem de prata, Rio –  São Paulo. De acordo com Ricardo, era um trem leito, maravilhoso, tudo de romântico…

Agora vamos conhecer um pouco a poetisa Gilda Clarice Graça:

No livro Água Escondida, antologia poética, sua esposa Gilda, foi convidada para participar do livro com 247 poetas de Niterói reunidos, cada um com uma poesia. Ela escolheu a poesia chamada Memória. Vamos agora conhecer um pouco dessa poetisa através da sua poesia.

GILDA CLARICE da Silva Barroso GRAÇA Gonçalves(Niterói, RJ, 28jul. 1960). Educadora e declamadora. Fez Teatro, Desenho, Pintura e Arquitetura. Aos nove anos já escrevia poemas e contos. Em 1983, fundou, com mais cinco poetas, o Grupo Nós no Sobrado. Poeta premiada em vários concursos. Participou dos livros Di Versos, 1981; Nus Encontramos…, 1983, este último prefaciado por Pedro Nava.

Memória

Gilda Clarice Graça

O tempo das conquista
dobrou a esquina
e eu nem vi.
Onde está o moço inteligente,
construtor de sua vida?
Coisas do passado,
irremediavelmente perdidas.

Estranhos a nós mesmos,
caminhos e passos já não se encontram.
Será a resposta?
Talvez a pergunta
não possa ser repetida
e vamos ter que aguardar
o fim.

Bate à porta
a multidão desconhecida
dos lugares em que vivi.
Será assim?
a dor não tem nome próprio,
mas, se tivesse,
chamar-se-ia Memória.

A poesia que segundo Ricardo, esposo de Gilda é a sua cara.

A Segunda Pele

Gilda Clarice Graça

Sou um ser inteiro
e estranho.
Mais do que supões.
Mais do que suponho.

Não te envolvas
sou labirinto.

Não me decifres.
Descubras ser impossível
reter as vozes diversas
da sina que me domina.

Não me alimentes.
Vejas sem indagar
que a luz que absorvo
vem de longe daqui.

Não me prendas.
livre é que cresce minha essência
feita de vivências que transcendem
a tua visão.

Não me sigas.
Pertenço a outro espaço.
Traço as minhas retas.
Invento-me.

Não me sonhes.
Não me idealizes.
Não me necessites
que por traz desta pele suave que cobiças
tem um animal indomado
cheio de instinto
força
e solidão.

Poesia em homenagem ao Ricardo

Moreno

Gilda Clarice Graça

Porque ainda se encanta
Dom Quixote lutando contra moinhos de vento
lutando pelo impossível sonho
de ser o que só ele pensa não ser.

Porque ainda se encanta
um príncipe encantado sem armaduras
cavalgando na brisa morna
que ele sente, mas não pode tocar nem ver.

Porque ainda me encanta
um cigano com sétimo sentido
vindo de um planeta perdido
que ele apenas presente, querendo saber.

Porque quem me espera
no começo do caminho
não é o coração vivido, Moreno
mas a luz pura do amanhecer…

Os Livros presentes nas vidas do casal Ricardo e Gilda, Di  Versos, Água Escondida e NUS  Encontramos… :

     

Foto de Gilda e Amanda, filha do casal.

E agora  uma poesia do Ricardo pra Você Gilda:

Trinta e seis anos

Ricardo Moreno

“Foi assim quando eu vi o mar”…
Foi assim quando, no mar dos teus olhos,
me vi.
Sabia que não tinha volta.
Que mergulharia, tão profundamente,
que perderia meus caminhos para
encontrá-los junto aos seus…
E aí, singramos os mares de nossa união.
Hora calmaria, hora potentes tempestades…
E a cada quilômetro percorrido,
nossa embarcação ia adquirindo a força do amor,
essa energia que tudo pode transpor
transpor até consertar o fino cristal
quebrado nos senões que povoam
uma união. “Ainda bem que você vive comigo
porque senão, qual seria essa vida
Não estar ao seu lado, não tem sentido.
Você é meu sol nas noites mais escuras
“Mas hoje eu sei que não são miragens noites
com sol”… Te amo e amo tanto essa
jornada que começamos, juntos
“Nunca mais
Quero ver você me olhar
Sem me enxergar em mim
Eu queria te falar
Eu preciso, eu tenho que te te contar.”
Te amo, Mô!!
Do seu esposo Ricardo

Parabéns ao casal Ricardo e Gilda pelo aniversário casamento. Trinta e seis anos de vida matrimonial. Sejam felizes para sempre.

Angela Moreira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Angela Moreira

Angela Moreira . Graduada em Português, Inglês e Literatura,pela Faculdade Niteroiense de Letras, Pedagogia e Turismo. Especialização em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.Trabalhou durante trinta e quatro anos na Rede Privada . Trabalha na Rede Estadual de Ensino desde 2008. Poeta, contista,colunista do Portal ,contadora de histórias, tem três peças escritas, muitas poesias e contos, Organizadora de vários Concursos de poesias escolas em que trabalha. Escreveu o Livro: Um Pouco de cada coisa: Contos e Poesias e também participou com seus contos e poesias com muita honra e orgulho de três Antologias junto com o grupo do Diário da Poesia: O Diário em Poemas, Almas em prosa e verso e Escritos Diários.

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