Fala aí, Juventude! Crônica: “O vácuo da alma de um bêbado ” – Daniel Carqueja
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O vácuo da alma de um bêbado
Os Bares estão cheios de almas vazias e o jovem Tarsilo conheceu o mais vazio deles. Todos os dias ia para esse tal lugar vazio em busca de diversão e voltava para casa, causando angústia por onde passava.
O jovem Tarsilo era um rapaz do subúrbio de uma cidade no Rio de Janeiro. Sempre viveu com sua mãe, pois seus pais se separaram e o pai outrora havia se mudado para outro estado. Sua mãe passou por vários relacionamentos, todos muito bons aos olhos do pequenino, porém, um desses relacionamentos destruiu sua vida ainda tão pouco vivida. Este homem chamado Leonardo conheceu a mãe de Tarsilo via internet. Ele vivia no velho continente, então o único meio dos dois pombinhos apaixonados se verem era por vídeo conferência. Depois de um tempo, Leonardo veio de Portugal para visitá-los no intuito de passar um mês ali, porém decidiu ficar com a família. Os primeiros meses com o novo integrante da família foram divertidos, mas, logo depois, a vida de Tarsilo virou o inferno na terra. Leonardo mostrou que gostava de beber e beber muito — ficando cada vez mais agressivo. O primeiro incidente sério ocorreu quando a família seguia para o carro após a festa na casa de um parente. Na ocasião, Leonardo, conforme o de costume, havia bebido muito e, devido a isso, a mãe de Tarsilo cogitou dirigir. Como consequência, Leonardo se revelou extremamente bravo com a situação. Dessa forma, mandou todos entrarem no carro e começou a dirigir loucamente pelas ruas. E assim, pela primeira vez, o jovem Tarsilo soube o que é chegar próximo da morte.
Após algum tempo, a mãe de Tarsilo engravidou, porém os surtos de Leonardo não paravam; sempre mais agressivo, sempre mais bêbado. Não demorou muito e a pequena nasceu e os episódios dessas agressividades sem controle não cessaram. Até que um dia, houve a gota d’água. E o caso se deu assim:
Tarsilo estava no seu quarto quando Leonardo voltou do bar e se dirigiu até o quarto da mãe de Tarsilo e começou a xingar sem motivo algum aparente. E tudo isso aconteceu com a inocente bebê no quarto. Na sequência, uma explosão de cólera e o homem começou a destruir o berço da bebê. Tarsilo, ao ouvir aquilo, deu um urro de fúria, pegou a coisa mais próxima de si e foi confrontar o homem que já ultrapassava o limite do descontrole. Por sorte, a mãe e o primo de Leonardo chegaram e o acalmaram.
Esse jovem garoto, que foi traumatizado por esse homem bêbado, pode ainda hoje ser encontrado em bares por aí.
Quantas pessoas esvaziam suas almas em lugares como esses bares e, logo depois, esvaziam a alma dos que estão ao seu redor? Será que você quer também ter sua alma esvaziada? Pense bem, seja dono da sua história.
Daniel L. Carqueja possui o olhar aguçado para os dramas humanos, embora reconheça a sua pouca idade. Ele quer compartilhar a sua experiência por meio da escrita.
Você escreve bem, Daniel. Seu texto prendeu minha atenção e está na medida certa. Aborda um tema grave e importante de forma enxuta e agradável.
Aguardo novos textos.
Filho,
Esse seu texto é maravilhoso, pois você conseguiu trazer um sentimento não tão bom em cultura, parabéns!