Michelle Carvalho

Amor e razão

 

No iniciar da nossa vida, nos primeiros passos, não temos razão, só amor…

No abrir das cortinas das paixões adolescentes continuamos desconhecendo a razão. Como diz o poeta: “O amor tem razões que a própria razão desconhece” e isso basta para cometermos as maiores loucuras por amar indescritível e cegamente.

Com o passar do tempo descobrimos que escolhemos as pessoas erradas e começamos a aprender com cada erro, cada tropeço, cada desilusão… A cada lágrima nos tornamos mais maduros e vamos nos lapidando mais racionais.

No degradê das etapas da vida, parece que nos tornamos só razão e vamos abandonando o furor lindo que o amor causa, tal qual coisa distante e esquecida, causando em cada um de nós um sentimento de secamento, endurecimento racional.

Vemos hoje pessoas bradando que amor é para tolos. Estes são os racionais, que se acham “inteligentes”, “espertos”, mas que no fundo tentam esconder com saudade a época que sentiam as pernas bambearem e o coração parecer que sairia pela boca ao contar os segundos para encontrar o ser amado.

A humanidade foi se tornando seca por desejar controlar tudo a todo o tempo, distanciou-se da paixão e do amor porque não há como controlar as borboletas no estômago, a ansiedade e a desilusão de um amor não correspondido.

Não há como controlar as lágrimas de felicidade nem as de dor, e isso dá medo! Para esconder todo esse medo, mas fácil é esquivar-se do que causará essa falta de controle!

Amar dá medo em muitos!

Sentir a avalanche de variantes que o amor traz e o que ele proporciona em nossas vidas não é para tolos, é para CORAJOSOS!

Somente quem tem coragem enfrenta e deseja o desconhecido, o que é surpreendente, o que é avassalador e o que transforma!

Os covardes intitulam-se puramente racionais, esquivando-se da possibilidade de mergulharem rumo ao desconhecido por medo de sofrerem, abrindo mão das inúmeras alegrias de quem carrega consigo a dádiva de amar.

Os racionais veem-se como fortalezas inabaláveis, imutáveis, controladoras e extremistas por pura fraqueza de encarar a realidade de amar.

Retornemos ao início, aos primeiros passos, ao primeiro toque…

Forte é o que ama, sente, sorri, se emociona, desmorona e se refaz na flexibilidade que o amor constrói dentro de si.

Vale a pena abrir mão de amar por medo de um dia vir a sofrer?

 

Michelle Carvalho

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Michelle Carvalho

Biografia: Advogada, Escritora desde os 13 anos, com participação em inúmeras antologias literárias e premiações no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ganhadora do Premio Baixada de Literatura em 2014. Lançou 4 livros: “Furor Letárgico da Alma” (2009), “Versos de Princesa Prometida” (2015 – na 17ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro) e “Cindy Entre Patas e Reinos” (2018) e Cindy Entre Patas e Reinos 2 (2019 – 19ª Bienal Internacional do do Livro do Rio de Janeiro) , estes dois últimos projetos de leitura na Cidade das Artes/RJ, em várias escolas nacionais e internacionais. Além de diversas participações em projetos culturais literários em escolas com palestras motivacionais, intervenções literárias e poéticas em saraus, sendo o último deles o Programão Carioca da Rede Globo no ano de 2018, Participação na FLIM e FLISGO no ano de 2019, bem como posse na ACLAM – Academia de Ciências, Letras e Artes de Magé.

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