Amor e razão
No iniciar da nossa vida, nos primeiros passos, não temos razão, só amor…
No abrir das cortinas das paixões adolescentes continuamos desconhecendo a razão. Como diz o poeta: “O amor tem razões que a própria razão desconhece” e isso basta para cometermos as maiores loucuras por amar indescritível e cegamente.
Com o passar do tempo descobrimos que escolhemos as pessoas erradas e começamos a aprender com cada erro, cada tropeço, cada desilusão… A cada lágrima nos tornamos mais maduros e vamos nos lapidando mais racionais.
No degradê das etapas da vida, parece que nos tornamos só razão e vamos abandonando o furor lindo que o amor causa, tal qual coisa distante e esquecida, causando em cada um de nós um sentimento de secamento, endurecimento racional.
Vemos hoje pessoas bradando que amor é para tolos. Estes são os racionais, que se acham “inteligentes”, “espertos”, mas que no fundo tentam esconder com saudade a época que sentiam as pernas bambearem e o coração parecer que sairia pela boca ao contar os segundos para encontrar o ser amado.
A humanidade foi se tornando seca por desejar controlar tudo a todo o tempo, distanciou-se da paixão e do amor porque não há como controlar as borboletas no estômago, a ansiedade e a desilusão de um amor não correspondido.
Não há como controlar as lágrimas de felicidade nem as de dor, e isso dá medo! Para esconder todo esse medo, mas fácil é esquivar-se do que causará essa falta de controle!
Amar dá medo em muitos!
Sentir a avalanche de variantes que o amor traz e o que ele proporciona em nossas vidas não é para tolos, é para CORAJOSOS!
Somente quem tem coragem enfrenta e deseja o desconhecido, o que é surpreendente, o que é avassalador e o que transforma!
Os covardes intitulam-se puramente racionais, esquivando-se da possibilidade de mergulharem rumo ao desconhecido por medo de sofrerem, abrindo mão das inúmeras alegrias de quem carrega consigo a dádiva de amar.
Os racionais veem-se como fortalezas inabaláveis, imutáveis, controladoras e extremistas por pura fraqueza de encarar a realidade de amar.
Retornemos ao início, aos primeiros passos, ao primeiro toque…
Forte é o que ama, sente, sorri, se emociona, desmorona e se refaz na flexibilidade que o amor constrói dentro de si.
Vale a pena abrir mão de amar por medo de um dia vir a sofrer?
Michelle Carvalho
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