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Antropoceno
Pedro Garrido
Finalmente anunciamos que
Mudamos o mundo!
Desejávamos tanto mudar tudo
Que finalmente mudamos
Ao nosso belprazer
Cavamos buracos no chão marrom
Em busca de pedras douradas
No céu, dizem ser ovnis
O lixo que cuspimos
Em busca de vida inteligente lá fora
Alguns decidiram viver
Em universos paralelos
A tecnologia finalmente possibilitou
Criar a “terra plana”?
Chegou a nova era
Ilhas de lixo no pacífico,
Continentes devastados por seres desumanos em guerra
A pós verdade é realidade
Vi no grupo do ZAP
Eles vão nos resgatar
De quem? De nós?
Talvez sim, porque estamos divididos
Em minorias cada vez menores
Em egos cada vez maiores
Para todos o nada
Caminhando por vias estreitas
que nos separam dos nossos irmãos.
Conseguimos mudar o clima global
Todos ansiosos ou depressivos
Declaramos a nossa era
New pandemic age
O relógio acelerado
Marca um minuto e meio
Para o apocalipse
Festejam os operários
Criaram uma nova religião
Seu deus é “superhumano”
Nietzsche estava certo.
Onde estamos?
Quem somos mesmo?
Para onde vamos?
Parece que não precisamos mais de respostas
O antropoceno chegou.
Pedro Garrido e sua nobre destreza em escrever expressando sentimentos e olhares diversos.
Adorei a poesia Antropoceno, estamos no centro do mundo, da criação e tudo que possa existir!
Um abraço,
Luana Nascimento
Sarau do Jabaquara – Estação da Poesia.
Infelizmente, fizemos tudo isso, mesmo depois de saber de tudo isso, muitos anos seguidos!
Belíssimo texto, Pedro!!!
É muito importante fomentar a cultura em São Gonçalo. Fico animado em partivipar, com vocês, deste brilhante projeto.