Marcos Pereira

NÔMADES

Desde os primórdios, a humanidade se fez através dos seu ir e vi. Somos nômades por inúmeras necessidades e a principal delas é a sobrevivência. Está no nosso DNA a necessidade da experimentação, do movimento e da conquista, características que movimentam a raça humana sobre o planeta. Hoje dificilmente não teremos um só lugar no planeta terra no qual o ser humano não tenha estado.

A natureza por sua vez, com toda sua expertise, também exerce essa mesmas migrações. As correntes marinhas e os ventos são fenômenos essenciais no exercício das transformações climáticas, criando ambientes diversificados ao nosso redor.

Por sermos um dos componentes vivos desta natureza, sentimos a mesma necessidade de conquista, levando experiências e sonhos de toda uma trajetória de evolução e transformação. Assim, através da história, os nossos antepassados deram início a essa grande corrente migratória.

Foi na segunda grande guerra que o mundo constatou a maior movimentação migratória, onde várias etnias iam e vinham com o mesmo objetivo: sobreviver a tirania daqueles que se julgavam uma raça superior.

Em pleno século XXI ainda assistimos atônitos famílias inteiras serem hostilizadas pelo mesmo motivo. Na realidade, não podemos esquecer que tudo que esses seres humanos desejam é viver.

Apesar de toda evolução humana, não conseguimos nos despir dos valores de repulsa para com todos os emigrantes – ou, porque não dizer, nossos irmãos. Digo irmãos, pois o próprio cristianismo nos lembra isso a todo momento, nas orações e ações.

O próprio Cristo foi um emigrante motivado pelas mesmas necessidade que os povos fugitivos tem hoje: “sobreviver”.  Mesmo assim, continuamos a praticar as mesmas atrocidades que outrora praticávamos.

Independente da etnia e crença de cada povo, temos que ter a consciência de que somos filhos da terra e não donos dela. Vivemos das trocas que proporcionamos a todos os seres humanos, independentemente de qualquer necessidade existente. É através desta troca que eternizamos a nossa própria existência.

Somos filhos da terra e dela necessitamos para sobreviver. Infelizmente, estamos renegando a humanidade e se não praticarmos o sentimento de acolhimento, estaremos negando o maior sentimento ensinado através dos séculos: o amor ao próximo.  

Marcos Pereira

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