Não consigo imaginar
Minha vida como está
Vazia, sem ninguém
É estranha, é escassa
Conhecer alguém novo,
Tenho medo, tenho preguiça, não desejo
Desejo teu beijo em meu beijo
Um abraço, calor, frio, arrepio
Tudo é muito estranho
Não dá para explicar
É perfume de desânimo no ar
Uma vontade de nada
Ansiedade de tudo
Um doer indolor
Angústia calada
Pressão intermitente no peito
Frio sem febre
Calor de devaneios…
Vou viver buscando uma nova luz para minha vida
Minh `alma vaga sem mim
Meu corpo não responde
E tem surtos de êxtase ao imaginar loucuras
Sozinha, sem ânimo
Luto sem lutar…
Desejo intenso de interiorizar-me
Contudo desconheço-me
Não mais me possuo
Não lhe possuo
Não tenho mais prisão
E não tenho destino…
Desisto de insistir
Insisto em desistir
Estou perdida, sem rumo
Quero acordar desta subvida
E retornar à minha essência
Agora desconhecida.
(Furor Letárgico da Alma 2009 – Michelle Carvalho)
Tantas vezes nos falta a esperança, a vontade de lutar, a fé…
Hoje, diante do que estamos passando, o que te assola?
Medos?
Incertezas?
Abandono?
Vejo inúmeras pessoas sendo escravas das circunstâncias, nas quais somente estão felizes se tudo está perfeito, milimetricamente tal qual o planejado, mas essa vida existe?
Desejam suas próprias regras, as suas plenas “disciplinas” de que “tudo pode” diante do que eu quero…
Vejo essas mesmas pessoas em total desespero por não conseguirem cumprir regras que são utilizadas para o bem comum, regras que protegem a si e ao outro, e agem em um pleno “jeitinho brasileiro” que desdenha de quem as cumpre.
Antes essas violações já causavam mal estar, revolta e asco em muitos, mas agora causa tristeza além de tudo, por ver que o ser humano não entende, mesmo dizendo-se “racional”, que a vida está se esvaindo, que o próximo está sofrendo, que o problema é grandioso!
Não se trata de uma invencionice interna, de algo de bairro ou que não é grave. Trata-se de algo muito maior que tudo isso, algo que mexe com a vida, com a perda dela, mas que antes disso, trata-se de ter sentimento pelo outro e saber que nada importa mais que a vida – DE TODOS –, não só os próprios desejos de cada um.
Costumam dizer que a lei é falha, cheia de brechas, mas na verdade a lei é geral, objetiva, com certas possibilidades a serem analisadas a casos concretos para adequarmos utilização deste ou daquele artigo, assim como as regras que nos são impostas cotidianamente.
Em se tratando de vida, o bem mais valioso de todos, temos de pensar e agir da melhor forma a resguardá-la e sentindo a necessidade de proteção e amor.
Se ficar em sua casa lhe faz tão insatisfeito, olhe para si, olhe para dentro, reavalie suas escolhas, pense, veja se é tempo de recomeçar o que deixou para trás ou abdicar de tal escolha, reconcilie-se consigo mesmo e isso lhe trará maiores possibilidades de estar melhor com o próximo.
Muitas vezes um ato pode influenciar toda uma vida, sendo esta sua ou de outrem… Este principal ato é o perdão.
Perdoe-se por coisas que te martirizam e conseguirá perdoar muitos que o magoaram… Comece dentro de você.
Faça uma faxina interna, retire todo o lixo afetivo que está acumulado e lhe causando uma miséria moral que corrói e lhe faz buscar na rua a felicidade que está dentro de sua casa e você não enxerga porque está envolto a tantos escombros que lhe cegam a beleza de seu lar.
Se a disciplina ou as regras lhe causam insatisfação ou desespero, reinvente-se e reformule-se encontrando lugares dentro de si que nem recordava da existência, assim como em sua casa.
Que amemos ao próximo como a nós mesmos com proteção até onde podemos, tendo gratidão pela atitude do outro de nos cuidar até mesmo sem nos conhecer, porque o direito de um termina quando começa o do outro, ou seja, neste momento, o meu direito de agir, termina onde o outro tem direito de manter-se vivo.
Michelle Carvalho
e-mail: michellecarvalhoadvogada@yahoo.com.br
Instagram: @michelle_carvalho_escritora
Facebook: Michelle Carvalho Escritora
Youtube: Michelle Carvalho Escritora
Fonte:
Imagem destacada: https://pixabay.com/pt/photos/mulher-retrato-modelo-penteado-837156/