Marcos Pereira

UTOPIA

Um lugar de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos, gerando a descrição de uma sociedade ideal fundamentada no bem-estar da coletividade.

Baseando-se nesse enunciado, devemos nos perguntar: por que perdemos tempo projetando utopicamente um algo melhor para uma sociedade falida, se não se realizará?

Diferente da nossa realidade, as culturas antigas, nos mostram uma série de símbolos e manifestações astrológicas para se desvendar a questão utópica do tempo. Nela, a própria história elucida ao ser humano a dimensão subjetiva da palavra utopia, onde a concretização do termo, parte sempre do indivíduo, pois a utopia opera entre os mundos, do sonho, da realidade e da esperança de concretização.

Para nós, a utopia se encontra em um local inatingível, mas ao mesmo tempo nos faz ter uma imaginação exigente, nos permitindo obter capacidade de transformar o conceito de uma ideia em leis geradas nos poderes que nos circundam.

O faraó Tutankhamum acreditava que a simbologia do ouroboros transmitia em muito o sentido dessa evolução, tendo ele a acepção evidente do sentido da vida. Evolução, reconstrução e mudança.

Com base nessa semiótica, a representação circular desse símbolo, é a constante evolução e movimento da vida, onde a criação do Universo e de tudo aquilo que é tido como eterno e infinito está concentrado nas atitudes dos indivíduos que vivem e almejam uma perspectiva de melhora.

Dessa forma, fica implícita a ideia de mudança. Porém, essa mudança só virá, após a não aprovação de ações e projetos que denigram a vida do indivíduo, o qual está inserido diretamente nas ações políticas e sociais de uma sociedade.

Diante dessa dimensão simbólica, podemos definir utopia como desejo de mudança, onde o inconformismo não é o sinônimo de fantasia, mas de uma mudança real.

Por este motivo, a necessidade de resgatar a dimensão utópica do homem, se faz necessário para resistirmos ao conservadorismo dos discursos contemporâneos.

Marcos Pereira

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