Marcos Pereira

O DISCURSO.

A comunicação de quem fala, para quem se fala e sobre o que se fala.

Em sua grande maioria, os discursos narram aos seus ouvintes as expectativas de salvação e exaltação de soluções para os problemas do dia a dia.

Com a chegada das eleições, a narrativa do discurso político, visa persuadir o eleitorado na sua eloquência de enraizamentos na construção de soluções para os dilemas vividos nas cidades, nos municípios, no estado e no país. Porém, esquecemos que o diálogo e o conhecimento do que se é narrado, muitas vezes fogem à realidade, mas nos deixamos levar pelas cenas carnavalescas dos narradores, almejando a aquisição de dias melhores, mesmo sabendo que esta narrativa, jamais irá corrigir erros de décadas.

Goffman dizia que o discurso “está comprometido com que as palavras expressam”.  Esta interpretação, nos leva a entender os sinais verbais e não verbais que o narrador incorpora ao falar para o seu eleitorado.  Prova disso, são os discursos dos futuros pré-candidatos que exaltam as falhas administrativas da gestão anterior, demonstrando em sua narrativa, soluções e práticas simples para situações eternizadas no cotidiano do eleitorado. Os enquadres construídos no decorrer deste pronunciamento, propõe a eliminação das práticas antiprogressistas, mesmo que pareçam conflitantes com a realidade. Assim, a dissimulação por parte do narrador, exige uma avaliação mais enfática de expressões e frases contidas nesta fala.

Para o político, o discurso deve conter estratégicas básicas de persuasão, sendo este, a chave do convencimento daqueles que se deixam se levar pelo fanatismo simbólico do narrador, tornando-se intolerante a qualquer ideia contrária as suas. Nesta demonstração de repugnância, podemos identificar expressões e provérbios que visam mascarar toda e qualquer situação progressista para o povo, resultando em ações contrárias as que conhecemos da lenda de Robin Hood.

Hoje, assistimos incrédulos as ações dos políticos que nos governam e que nos governarão, deixando claro que o eleitorado não possui sequer noção do programa apresentado pelo seu representante. Prova disso, são as ações dissimuladas que ouvimos, assistimos e vivenciamos no dia a dia da cidade, do município, do estado e do país.

Numa democracia plena, o eleitorado tem todo o direito de eleger quem quer que seja. Porém, não podemos esquecer que as consequências das ações psíquicas demandadas, trazem influências drásticas para todos. Por este motivo, temos a obrigação de sabermos e conhecermos as ações verídicas de cada orador, não nos deixando influenciar pelas falsas ideologias defendidas nestes discursos disfarçados de progresso.

Arrisco a interpretar que, do ponto de vista da situação que atravessamos e as ausências de políticas educacionais, estaremos marcando para sempre o futuro de gerações com extrema pobreza.  Assim, para sairmos de uma condição progressiva de miséria, deveríamos exigir que os políticos com seus discursos, marcassem o corte com o passado extremo de coligações corruptivas e de ideologias milicianas, onde o objetivo principal, seria marcar as ações construtivas de melhoria com expressões em quem, onde e quando seriam concretizas.

Marcos Pereira.

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