Qual é o nosso percentual de culpa?
Viver… Fechar os olhos e sentir a vida escanchada. Viver… Fechar os olhos para a realidade e as consequências das nossas decisões. Vivemos esperando milagres, aguardando cair nos nossos colos as oportunidades da felicidade e nada fazemos para mudar a nossa situação. Nós nos envolvemos com pessoas mentirosas, agressivas, perigosas e achamos que temos o poder de mudá-las. Nós temos filhos com distúrbios mentais e não queremos aceitar, não procuramos a ajuda adequada, resultando, muitas vezes, em casos mais graves, na morte de alguém. Nós temos esposos ou esposas que se mostram violentos, mas resolvemos dar uma segunda, terceira, quarta, milésima, chance. Nós nos sentimos deprimidos e esperamos passar.
Nós tudo fazemos só não procuramos as soluções para os problemas que estão surgindo nas nossas vidas, porque temos a esperança de que eles vão desaparecer como em um passe de mágica, mas sinto dizer: eles não vão a lugar nenhum. Não procuramos as soluções, porque sabemos que elas são difíceis de serem aceitas e realizadas. Sabemos que é difícil tomar a decisão certa em um momento de dificuldade, porque na maioria das vezes a decisão certa leva ao caminho menos prazeroso. Este caminho pode não ser o que esperamos, mas ele é quem traz a paz futura.
Se não agirmos os nossos problemas vão se alimentar do nosso medo, eles vão crescer, ocupar espaços e nos dominar. Eles vão se tornar maiores e mais fortes, por isso, mais difíceis de serem derrotados. Calma. Vamos respirar profundamente. Nem tudo esta perdido. Ainda há tempo de mudarmos. De nos tornarmos mais sábios, sensatos, honestos, conscientes… Há tempo de despertarmos para a realidade.
Então quando nós estivermos sofrendo por uma situação devemos parar e nos questionarmos: “Qual o nosso porcentual de culpa?”; “Será que nós tomamos decisões que no fundo do nosso pensamento sabíamos que iam nos levar até aqui?”; Será que nós também não somos responsáveis por estarmos nesta enrascadas?”. Nosso presente é resultado dos atos daqueles que vivem ao nosso redor, mas também somos os multiplicadores dessa realidade quando escolhemos seguir o caminho mais fácil de uma esperança morta. Temos o costume de acreditar que as pessoas mudarem é uma regra quando na realidade é uma exceção.
Vamos nos afastar das pessoas viciadas em mentir, em manipular, em disseminar palavras que ferem propositadamente; se nossos filhos apresentam um comportamento estranho aceitemos e procuraremos ajuda para que eles possam, assim como todos os familiares, ter uma melhor qualidade de vida; se nossas companheiras ou nossos companheiros no inicio do relacionamento já demostram serem agressivos, possessivos e ciumentos vamos colocar um fim neste relacionamento antes que ele vire um labirinto do Minotauro e não possamos mais encontrar a saída; se nos sentimos tristes vamos procurar ajuda antes que a depressão tome conta completamente do nosso corpo e acabemos por nos perder dentro de nós; vamos agir no início, descobrir que entramos em uma guerra na primeira batalha, desse modo, nós evitaremos ter um grande percentual de culpa pela nossa infelicidade simplesmente pelo motivo de que fomos fracos demais para tomar a atitude certa só por medo de encarar a realidade. Vamos abrir as janelas das nossas almas e respirar a força necessária para viver em meio a essa selva de pedras.
(Este texto é de Juliana Falcão, professora, poetisa e historiadora.)
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Luiza Moura.