Luis Amorim

Água aos saltos

Água aos saltos

Água aos saltos
Até pelos altos
Chegando molhada
Em brisa refrescada.
Pouca no início
Mas com indício
De certo agravamento
Na consequência seguinte
Com incerto vento
A ser testemunho ouvinte.
Muda de comportamento
Teria seu momento
Caso fosse antecipada
E com responsável dada
Que não teve verídica
Tez que nunca estica
Nem possui relógio
Com alarme de fio
Puxado enquanto hora
É tempo sem demora.
O temporal aí está
Com água que parece má
Talvez apenas reflexo
Do viver sem nexo
Que tudo pretende
E diverso não acende
Apenas catástrofe
Rejeitando estrofe
De água aos saltos
Onde os mais altos
Até recebem basaltos
E pedras diversas
Que remetem conversas
Para um fim próximo
Sem rabugento ânimo.
Mas pior o cenário
Que sai do armário
Pensado como a chave
Segura estaria a trave
De segurança desde cave
Que se revolta em tampa
Qual colectiva de campa
Do esgoto aos saltos
Onde os mais exaltos
São precisamente os altos
A colocarem outros saltos
Como molas caminhantes
E suportes de elefantes
Para ficarem seguros
Apesar dos escuros
Circundantes perseguindo
Naturalmente subindo
Aos saltos de águas
E tampas das ruas
Mais o que esteja
No perímetro que se veja.

Fonte da imagem: Foto do Autor

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Luís Amorim

Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 2800 histórias com 105 livros de ficção publicados, entre os quais, um primeiro em inglês, "Cinema I", onde responde por 28 heterónimos (em prosa e poesia). Dos livros em prosa, tem vinte e oito da série “Contos”, “Terra Ausente”, “A Chegada do Papa” e dois livros de “Pensamentos”. Na poesia, igualmente diversas séries de livros têm alguns volumes, como “Mulheres”, “Tele-visões”, “Almas”, “Sombras”, “Sonhos”, “Fantasias”, “Senhoras” e o herói juvenil “Esquilo-branco”. Todos estas obras de poesia citadas, integram os designados contos poéticos, assim identificados pelo autor, aos quais se acrescentam “Lendas”, “Campeões”, “Músicas”, “Turismo”, “Palavras”, "Flores", “27 Flores”, “Todas as Flores” e mais outros sete do universo “Flores”, onde este elemento surge em todos os enredos, como por exemplo “A ceia do bispo e outros contos poéticos”. A escrita também foi posta em narrativas poéticas, “Beatriz” (inspirada na personagem de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri), “Paz”, “O Viajante”, “O Sino”, “A Sereia” e “O Mapa”, este com 3016 versos. Ainda a registar em poesia, “Refrões”, “Sonetos”, “Trovas” e quatro volumes de “Canções”. Dois livros foram publicados segunda vez, então com ilustrações de Paulo Pinto (“Almas”) e Liliana Maia (“Fantasias”). Luís Amorim foi seleccionado por 311 vezes com contos e poemas seus em concursos literários para antologias em livros, revistas e jornais em Portugal, Brasil, Suíça, Colômbia, EUA, Inglaterra e Bangladesh. É colunista da revista “Entre Poetas & Poesias” a partir de 2022 e integrante desde 2021 do Coletivo “Maldohorror”, onde histórias suas são publicadas em ambos os sítios, com regularidade. Tem igualmente publicados 32 livros de Desporto (Automobilismo, Hipismo, Futebol, Vela, Motociclismo) e 4 de Fotografia, o que somando aos 105 de ficção, perfaz um total de 141 livros publicados.

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