Elias Antunes

AQUARELA EM PRETO E BRANCO, DE SÔNIA ELIZABETH

AQUARELA EM PRETO E BRANCO, DE SÔNIA ELIZABETH

 

Por Elias Antunes

 

O surgimento de uma autora tão importante, tão bem preparada para o fazer literário como Sônia Elizabeth, no atual panorama da literatura nacional, é um verdadeiro prêmio para nós, leitores de poesia.

Há uma beleza e dinâmica nos seus poemas:

 

“IMAGEM

 

Do voo

desejo apenas

que quebre

a rotina do vento

Nada mais”.

 

(ELIZABETH, 2019, p. 13)

 

Existe muita densidade poética na sua leitura.

Irmã da natureza, das palavras e das estrelas, surpreende a cada passo (ou página). Sua palavra é contida, simples, delicada.

 

“Face ao atalho o corte.

A vida não tem saída

senão a porta encostada

o talho enorme

de uma ferida”.

 

(ELIZABETH, 2019, p. 29)

 

O livro está dividido em partes, como os apetrechos para se construir um quadro, no caso, um quadro não desenhado, mas escrito, as imagens traduzidas em palavras.

A poeta sabe que o ser humano, como criação de um Deus maravilhoso, é chamado para ir além das possibilidades, entrar por caminhos diversos, em busca do Criador e de si mesmo.

 

“De vez em quando

é preciso eliminar

o passo reto

determinado conciso.

 

De quando em vez

a estrada retilínea

a previsível estrada

desenlaça sua trajetória

do caminho”.

 

(ELIZABETH, 2019, p. 46)

 

Sempre vale a pena ler a poesia de alta qualidade, como o livro excepcional “Aquarela em preto e branco”, de Sônia Elizabeth, pois trata-se da linguagem do coração, do espírito, para nos tirar do sufocante cotidiano com suas correrias.

Sônia Elizabeth é uma das mais altas vozes da poesia brasileira da atualidade.

 

Fonte da imagem: Foto do autor.

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Elias Antunes

Filho de um dos trabalhadores pioneiros que construíram Brasília, Elias Antunes nasceu em Goiânia, em 1964. Trabalhou como servente de pedreiro, vendedor ambulante, contínuo. Depois, entrou na Secretaria de Segurança de Goiás, por concurso. Bacharel em Direito, UCG, Mestrado (incompleto) em Teoria Literária, UnB. Em 1993, por concurso, entrou no Tribunal de Justiça do DF, passando a morar no Distrito Federal. Concomitantemente, foi professor do ensino médio e universitário de História da Filosofia, de Redação, de Direito e Legislação e de Teoria Literária. Seu livro de poemas “Chamados da Chuva e da Memória” ganhou o prêmio da Funarte de Criação Literária e o prêmio “il convívio”, na Itália (1º lugar). Seu romance “Suposta biografia do poeta da morte”, ganhou os prêmios: Hugo de Carvalho Ramos, 2008 (1º lugar), Prêmio Jabuti, 2011 (finalista), prêmio “il convívio”, na Itália (1º lugar). Tem 20 livros publicados e ganhou mais de 300 (trezentos) prêmios. Participa de mais de 100 antologias e obras coletivas no Brasil e no exterior. Cocriador das revistas O artesão, Rotina, Flor & sol e Linhas & Letras e dos jornais Tempoesia, Jornal de Poesia e Artefatos. Tem poemas traduzidos para os idiomas: espanhol, francês, inglês, esperanto, galego, romeno, italiano, catalão, alemão, sueco, russo e hindi. Com publicações nos países: Rússia, Itália, Argentina, Portugal, França, Estados Unidos, Espanha, Romênia, México, Suécia, Vietnã, Índia e Venezuela.

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