VOCÊ ESCRITOR!

Você, escritor! – Crônica: Visita noturna, por Flávia Joss

Você Escritor!“Coluna destinada à publicação de textos de escritores acima de 18 anos. Se você é poeta, escritor, professor, mestrando, doutorando e quiser ter seus textos publicados aqui no portal, basta enviar para: [email protected] (por favor, colocar as devidas identificações)”.

Flávia Joss, professora, escritora e idealizadora de projetos culturais que promovem o encontro com a poesia e outras formas artísticas como o Chá Literário. @flaviasjoss_      

Visita noturna- Crônica

Acredito que uma das minhas qualidades é ser boa de cama. Depois de um dia de trabalho, um banho gostoso e aquela vontade de relaxar, papo vai, papo vem, degusto uma taça de vinho e… pego no sono. Durmo o sono dos justos. Porém, em tempos de quarentena e isolamento social, tenho estado bem próxima de uma companheira que até então eu desconhecia.

Nos primeiros 70 dias de confinamento, ela veio me visitar todos os dias. Era só chegar meia noite ou bastava eu me deitar, e pronto, ela se achegava, vinha querendo um espaço na minha cama e com jeitinho se instalava. Como era abusada e intrometida! Começava a conversar comigo e, mesmo que eu fechasse os olhos e virasse para o outro lado, ela ignorava minhas tentativas de despachá-la. Soprava várias ideias em minha cabeça. Lembrava-me das coisas que tinha pra fazer. Contava piadas e me fazia rir baixinho, é claro. Em um desses dias vi a chegada da aurora, uma imagem tão linda que me fez perdoar a inconveniência da minha companheira.

Hoje faz cem dias que adentramos esse novo jeito de viver e percebi que minha visita noturna não tem aparecido. Não sei há exatamente quantos dias ela se foi, me perdi no tempo e nos dias. Confesso que não senti sua falta. Devo estar me acostumando… a gente se acostuma com tudo, já nos revelou a escritora Marina Colasanti em sua crônica Eu sei, mas não devia. Estou me adaptando ao distanciamento, a falar de longe, a conter as demonstrações físicas de afeto, às novas imposições que o tempo presente traz.

A insônia, minha ex-companheira, se despediu sorrateira, me deixou. Não percebi que, embora durma mais tarde do que normalmente dormiria, mantenho uma rotina de acordar relativamente cedo, a causa? O famoso e tão falado home office. A vida diária se amalgamou professora- mãe- escritora- esposa- aprendiz. Mulher camaleônica que sou, me adaptei. Tocada pela madrugada, me sinto como a mimosa pudica, vulgarmente chamada de dormideira, me junto em mim e durmo.

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Erick Bernardes

A mesmice e a previsibilidade cotidiana estão na contramão do prazer de viver. Acredito que a rotina do homem moderno é a causadora do tédio. Por isso, sugiro que façamos algo novo sempre que pudermos: é bom surpreendermos alguém ou até presentearmos a nós mesmos com a atitude inesperada da leitura descompromissada. Importa (ao meu ver) sentirmos o gosto de “ser”; pormos uma pitadinha de sabor literário no tempero da nossa existência. Que tal uma poesia, um conto ou um romance? É esse o meu propósito, o saber por meio do sabor de que a literatura é capaz proporcionar. Como professor, escritor e palestrante tenho me dedicado a divulgar a cultura e a arte. Sou Mestre em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da UERJ e componho para a Revista Entre Poetas e Poesias — e cujo objetivo é disseminar a arte pelo Brasil. Escrevo para o Jornal Daki: a notícia que interessa, sob a proposta de resgatar a memória da cidade sob a forma de crônicas literárias recheadas de aspectos poéticos. Além disso, tenho me dedicado com afinco a palestrar nas escolas e eventos culturais sobre o meu livro Panapaná: contos sombrios e o livro Cambada: crônicas de papa-goiabas, cujos textos buscam recontar o passado recente de forma quase fabular, valendo-me da ótica do entretenimento ficcional. Mergulhe no universo da leitura, leia as muitas histórias curiosas e divertidas escritas especialmente para você. Para quem queira entrar em contato comigo: [email protected] e site: https://escritorerick.weebly.com/ ou meu celular\whatsapp: 98571-9114.

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